A história
Em 1983 a União Europeia baniu a importação de produtos oriundos da caça às focas bebés. Consequentemente, em 1987, a “Royal Canadian Comission” recomendou a proibição da matança destes focídeos. Em 1993 as “Marine Mammal Regulations” canadianas (leis que regulam a vida dos mamíferos marinhos) reformaram esta norma, proibindo o comércio de peles brancas ou de peles dos progénitos da raça “blueback” (conhecidas por apresentaram uma mancha azulada no lombo). Mas na realidade estas medidas só alteraram um pouco a situação.

Isto significa que agora uma foca nórdica pode ser legalmente morta assim que comece a perder a sua pele branca, o que sucede aproximadamente ao 10º / 12º dia após o seu nascimento, enquanto as de raça “blueback” são assassinadas por volta dos 15 / 16 meses, quando a sua mancha azulada começa a desvanecer.

Sendo que os produtos desta caça não estão totalmente proibidos pela lei de interdição de comércio da União Europeia, vários estilistas deste continente continuam a usar a pele de foca na confecção das suas colecções. Para além disso até a carne e o óleo de foca são importados para a Europa.

A caça às focas tem sido objecto de uma rigorosa gestão desde os anos 70, mas o número de animais a serem abatidos anualmente é unicamente justificado pelas exigências de mercado, e nunca por evidências científicas. Por isso mesmo, a meados dos anos 90, a matança aumentou consideravelmente, uma vez que os subsídios do governo aos caçadores os encorajava a matar ainda mais focas.

A morte destes animais que contam apenas alguns dias de vida é, em si, ofensiva, mas se pensarmos no modo como são caçados, o cenário torna-se ainda mais aterrorizador. Ainda no início da época oficial da caça, que começou no passado dia 15 de Março, muitas focas nórdicas estavam a ser mortas à paulada ou picadas com um gancho. Na altura do degelo elas irão ser abatidas a tiro de carabina.

Mas porque a caça às focas é perpetrada por caçadores em traineiras, ou em barcos em movimento, estas focas são mortas (ou fatalmente lesadas), mas nem todas são levadas para exploração, ficando a agoniar até à morte.

O número de focas brutalmente mortas por ano é calculado pelas transacções comerciais, o que nos leva a considerar que o número real é bastante maior. Aliás, no passado, o número legal de focas a serem abatidas foi largamente ultrapassado, e os oficiais responsáveis pela regulamentação desta caça preferiram “fechar os olhos”, ao invés de censurar ou até condenar os caçadores.

O Governo do Canadá afirma que a caça comercial às focas é levada a cabo segundo princípios de sensibilidade humana e bem regulamentada, mas veterinários independentes discordam. Em 2001 uma equipa observou o trabalho dos caçadores, e analisou as carcaças deixadas no gelo. Concluíram então que 79% destes predadores nem sequer verificavam se o animal estava realmente morto aquando do seu esfolamento. Em 40% dos casos, o animal teve de ser alvejado ou batido uma segunda vez, e espantosamente, 42% destes focídeos estavam conscientes quando esfolados. Apesar destas informações terem chegado ao Governo Canadiano, nenhuma prossecução teve resultado.

Entretanto, outros dados vão indignando o resto do mundo, uma vez que todos os produtos derivados da caça às focas têm mais a ver com luxo, do que com necessidade. Na verdade, muitas carcaças são deixadas para trás durante a caça, revelando que o que importa não é a carne destes animais, mas as suas peles, para que sejam vendidas à indústria da moda.

Efectivamente, desde há muito tempo, os oficiais do governo canadense tentam estudar novos proveitos para fundamentar esta caça, mas a única parte destes animais que pode ser economicamente profícua é a sua pele. Uma pele que serve apenas a fútil indústria da moda, para que terceiros se possam adornar com uma beleza que não é a sua!


Vídeo 2
(Clica para ver.)

Seals on thin Ice
[Seals on thin Ice]

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Redigido por Ana Raquel Pinho
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Agradecimentos: Miguel Moutinho [Director Executivo da ANIMAL]